Zero. Ausência de número. Começo. Recomeço. Algo que nunca termina, que nunca se fecha. Via de levantar de novo. O erguido do acabado. Aquele que se limpa, renova. O nome que fica, que nunca deixa de ser, sem se desfazer, se escreve de novo. Zero. Ponto de partida. Partida para outro ponto. Ponto a ponto, se vai, assim, de número em número, sem que os números atropelem, a contagem, dias, noites, tempo que passa e não volta. Zero. Número fechado. Redondo. Número arrumado. Passado alinhado. Sem trás nem frente. Sem frente nem atrás. Tudo se abre e tudo se fecha. Tudo o que não se fecha, se abre de novo. Porta vazia. Chave que encerra. Encerrado no número que nada tem. Nada que já não existe. Ausência de vida, e vida sem ausência, ausente que já não persiste, corpo que se abraça de novo. Zero. Número para quebrar. Transformar. Riscar de um lado ao outro. Gritar. Nos confins de um mundo sem número. Libertar. Levantar os braços e redesenhar. Zero. Agora. Princípio. De tudo o que foi. Mas de tudo o que vem. Momento que está, no agora dos sentidos. Zero. Afinal quando deixa de o ser. Agora. De novo, em novo, que, sempre foi. A contar. Um...