Sou. Ser apenas não chega quando se chega aonde se é lugar guardado local fechado. Ser é como padecer enterrar os pensamentos laivos de loucura que nos abandonam para outros entrarem convidados do corpo que se é. Sou. Ali, onde nunca fui só consegui ver de longe como quem avista terra perdido no naufrágio dos dias. E agora que sou? Não interessa o defeito, feito de imperfeito. Não interessa a palavra a mesma que vinha com o sangue dos outros. Não interessa o vento que soprava da ferida passada. Ser é ir, onde a voz se cala, onde o pensamento ficou na porta de entrada, onde o sentir deixou de se sentir. Ali onde sou apenas Quem apenas sou. Mesmo que não chegue. Será sempre o princípio, de ser quem um dia sempre fui. Sou. Onde sempre fui.