Se calhar sei o que é uma parte do amor. Sei-o porque comecei a sentir as sensações que nos levam até ele.
Amar é saber que a outra parte existe, seja a Vida, seja Deus, um pai, mãe, um filho, seja aquela pessoa, um animal. Dizemos amar algo ou alguém, mas temos de sentir a sua simplicidade,
A simplicidade do toque que no silêncio clama uma voz que nos diz, tudo está bem descansa,
A simplicidade de um respirar que nos sopra nos pulmões e os preenchem de um ar fresco, renovado,
A simplicidade de sabermos que do outro lado existe uma palavra, um nome, uma definição por quem chamamos quando sentimos a simplicidade da vontade,
A simplicidade de percebermos que afinal uma mão não serve apenas para contarmos dedos, mas para lhes adicionarmos os nossos e fazer uma soma entrelaçada de sentidos,
A simplicidade de largarmos uma lágrima e ela tornar-se num rio de emoções que inundam todo um abraço, todo um instante de reencontros, de partidas ou chegadas,
A simplicidade de sem movermos os lábios conseguirmos dizer coisas que nunca pensamos ter a coragem de gritar,
A simplicidade de pegar num cartaz e levantá-lo no céu a dizer, parem de lhe fazer mal,
A simplicidade de envolver na pele todo um corpo que nos aconchega,
A simplicidade de estender a mão e dizermos um desculpa e deixarmos que o perdão saia de forma pura dos nossos lábios
A simplicidade de escrevermos pensamentos com o que sentimos, e dizermos esse pensar em ruídos que não causam poluições, mas sim enormes sorrisos
A simplicidade de percebermos que outro é outro, não é a igualdade de nós, mas apenas a soma de 1+1=2, e que a esta matemática se chama respeito,
A simplicidade de sermos altruístas, não oferecendo piedade só para descansarmos o coração, mas oferecermos sim um sorriso, um caminho, uma luz,
A simplicidade de admitir que agradecer que afinal quem amamos, o que amamos, como amamos é apenas uma grande oportunidade de nos amarmos também.
Para ti, há muito que não te dizia…