podes pensar, podes falar, mas tudo o que escrevas tem o poder de ficar.
22 de Março de 2012

 

 

 

 

Eu não sou contra as greves.

Eu não sou contra os sindicatos ( só sou contra eles, quando estes se tornam partidos políticos).

Eu não sou contra as manifestações.

Eu não sou contra os ideais.

Eu não sou contra as correntes filsofico-politicas do Marxismo, do Socialismo, do Leninismo, da Social Democracia, etc, independente do que possa concordar ou discordar nas mesmas.

Eu não sou contra a ideia de se dar mais ênfase quando uma jornalista ou um cidadão leva com uma carga policial em cima, logo que estejam inocentes.

... Mas, e sem medo, existe uma coisa, que de facto, começo a estar contra... A Hipocrisia do Ocidente!

Começo a estar contra o facto de pensarmos que a Fome é apenas um problema dos outros, e falo na Fome em Africa, que mata há décadas, há tantos ou mais anos do que aqueles que eu tenho...

Começo a estar contra a ideia de que lutamos em prol dos direitos humanos no nosso país, mas viramos as costas aos direitos humanos no Uganda, no Sudão, no Darfur....e ainda temos o desplante de dizer-mos que ao lutarmos em Portugal pelos nossos direitos, é uma luta pelos direitos de todos... mas o 25 de Abril foi há mais de 30 anos ( exemplo de mudança), e a Fome em Africa continua, há mais de 40...

Começo a estar contra a ideia de que as lutas pelos desfavorecidos são apenas  jogos de imagem, posts no Facebook, frases pré-definidas, imagens, etc... e quando se pede para actuar, a resposta passa por: Os políticos que o façam, mas esquecemo-nos que somos nós quem define os políticos, logo somos nós o principio da responsabilidade...

Bono diz: " So what we're talking about here is human rights. The right to live like a human. The right to live, period. And what we're facing in Africa is an unprecedented threat to human dignity and equality.

 

The next thing I'd like to be clear about is what this problem is, and what this problem isn't. Because this is not all about charity. This is about justice. Really. This is not about charity. This is about justice. That's right. And that's too bad, because we're very good at charity. Americans, like Irish people, are good at it. Even the poorest neighborhoods give more than they can afford. We like to give, and we give a lot. Look at the response to the tsunami -- it's inspiring. But justice is a tougher standard than charity. You see, Africa makes a fool of our idea of justice. It makes a farce of our idea of equality. It mocks our pieties. It doubts our concern. It questions our commitment. Because there is no way we can look at what's happening in Africa, and if we're honest, conclude that it would ever be allowed to happen anywhere else."

( Quem não entende inglês, que procure a tradução, porque eu não consigo dizer melhor que as palavras dele...)

O que podemos dizer a um pai, que procura ter um pedaço de pão, ou um pouco de arroz, de farinha, para matar a Fome a um filho ou mais?

O que podemos dizer a uma criança, que nasceu com Fome, que teve o azar de nascer no sitio errado, no momento errado?

O que podemos dizer a uma criança, sobre o valor da Vida, quando ela assistiu à morte dos pais, dos irmãos, debaixo do ódio dos homens e ainda a obrigaram a pegar numa arma e irem matar outras crianças?... e quando as nossas crianças brincam com Playstations, Gameboys e outras coisas mais e tem um pão para comer?

O que podemos dizer a milhões de pessoas, que dormem e vivem com a morte, sobre esperança?

Afinal, para todos nós, como podemos viver de consciência tranquila, lutando pelos nossos direitos, pelos nossos ideais enquanto humanos, enquanto cidadãos, quando no "nosso quintal"( Africa), morrem 30 000 crianças a cada 3 meses, só porque tiveram o azar de nascer numa zona de conflitos e onde não existe riqueza que valha a pena lutar?...

Mas a maior riqueza de todas, não é o direito à Vida?

Enquanto este problema existir, eu tenho vergonha... tenho vergonha para mim e não para um Mundo, de facto, Melhor.

Não posso mudar o Mundo, enquanto não Mudar o meu MUNDO!

publicado por opoderdapalavra às 20:23
O discurso é apelativo aos mais nobres sentimentos humanos, e nenhum humano ficará indiferente a essa realidade. Mas...... é preciso ter memória.A política é fundamental para resolver esse problema, como todos os outros problemas. Vê a Síria! Onde andam os arautos dos direitos humanos que rasgaram as vestes para defender o pobre Fidel das garras americanas dos interesses capitalistas! Então o que dizem do veto Russo e Chinês à imposição de sansões das ONU ao regime sírio?! E entretanto o regime sírio continua a assassinar o próprio povo. E não foram esses que lutaram ao lado dos "povos oprimidos" africanos pela autodeterminação redentora e libertadora que traria a prosperidade e a justiça? Vê Angola e diz-me se não tens vergonha de se falar português naquele sítio onde se reinventou a escravatura e o conceito de sub-humano! Onde está a esquerda ?? Alô, procura-se desesperadamente a esquerda. Há fome em África, há exploração desumana em África, não há NENHUM direito humano em África, e a esquerda que f***u tudo e é a mãe da África de hoje, ainda virá com toda a hipocrisia dizer que a culpa é do ocidente neoliberal. Pq-os-p!!!! Qualquer sofrimento humano nos afecta, mas devemos distinguir as coisas; há o sofrimento causado por calamidades da natureza, e há o sofrimento causado pela calamidade humana. Quem tenta misturar as duas não ajuda nada, porque a primeira resolve-se com solidariedade, a segunda resolve-se pela política. Cumpts
Me a 23 de Março de 2012 às 11:40
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