O tempo cai sobre o céu que escurece o horizonte
Tenho a fé no olhar, esse sentido que afaga a dor dessa ausência, dessa partida sem aviso qual seria a sensação de poder acatar a ordem da vida, essa mesma que teimo em desobedecer, em continuo pensamento de que poderei regressar à casa
Essa habitação onde o conforto de uns braços, simplicidade de um acto, de um vivo arbítrio de escolha sem o pudor do julgamento
Esse segundo em que sentia a presença do fôlego, respirar intenso de amar
Nunca pensei vir a saudade, o clímax de não ver, cego momento em que deixo de tocar, porque partes, não no findo sustento da morte, mas no fino fio de virares a esquina do teu rumo, e desapareceres naquela tarde em que pensei apenas ser eterna, mas fugiu-me entre os dedos
Letras que contei como menino traquina em sopa banhado, sem querer encontrar o nome desse lugar distante, onde te escondes, onde aprumas o teu sentido
Sou apenas o vento que corre por este adormecer do dia, sopro em teu ventre, que se expande como península em mar dentro, oceano que amarras em teu corpo
Quero-te tanto, viver a tua forma, beijá-la com o ardor de um sequioso instante, esse mesmo em que penetro-te com a lívida paz de um sentimento
Vem para meus braços
Faz silencio
Deixa o som perder-se nos cantos do inferno, e lá morrer, para que as palavras que a tua despedida porem possam trazer, nunca cheguem, e assim tu estarás sempre aqui, deitada, serena como a pena que esta existência minha carrega, aqui ficarás, sempre em minha alma, vivendo este tempo que caiu e não trouxe mais a noite
Escuridão que ficou onde os teus olhos adormeceram
Lá
Tu nasceste
E agora
Aqui
És princesa
Coração
Meu
Que te ama
Sempre
Em todo o teu ser.