Olho que cobre os cantos, horizonte onde te deitas, ó cidade que não dorme
És o inicio e o fim, és aquela que ostenta a riqueza, mas enconbriu a pobreza
És digna do teu nome, poderosa e majestosa, qual sentido de invocar a altivez.
Tens no teu céu a virtude de cobrir o tecto de uma casa sem muros
Paredes desfeitas pelas cores dos povos que te abraçam
Jorram-te flores de admiração, a teus pés suplicam-te mais um abrigo
Tens a arte de um tal Bernini, qual mestre de um tal ilusionismo rebelde e delicioso
Mas vive em ti o génio de um Miguel Angelo e outros mais
Perfeitos homens nos sonhos de um pincel ou na ponta do perfil de uma pedra
Tens as estátua esculpidas no teu corpo, santos que antes viveram em ti
Simples corpos que dedicaram o seu intimo à causa dos outros
Mas homens que impuseram uma lei, uma regra de um tal Deus inventado.
Tens a fonte dos desejos, local de romarias amorosas, frutos que gritam pela carne das paixões
Tens as moedas do regresso, água que lava a vontade de voltar a penetrar o teu ventre
Tens a obra. Tens a engenharia. Tens o produto final de um Império.
Tens a graça de uma cidade Estado, civilização erguida no querer das conquistas.
Mas tens o poeta, o estranho que se senta nos fundos do teu corpo
e escreve nas páginas dos dias, o poema que desvenda o teu segredo,
nome que pinta o teu significado, frase que distingue a tua existência...
esse poeta canta-te na madrugada dos pensamentos, onde tudo é belo
onde tudo é simplesmente ROMAnce com a tua Vida.