podes pensar, podes falar, mas tudo o que escrevas tem o poder de ficar.
05 de Agosto de 2014

 

 

 

 

Vou-te enterrar.

Não tenho outra alternativa

Os gritos que explodiram em mim assim o obrigaram

As vozes aconselharam-me a fazê-lo, sem pudores

A enterrar as tuas palavras,

O teu corpo, o teu sentido, tudo o que significas.

Adiei o teu funeral porque acreditava

Que fosses o meu destino, um caminho com um fim

Mas apenas foste um momento, fase trépida de pensar

Onde me levaste as noites, mesmo os segundos

Em que não fechava os olhos, tinha-os presos

Nos pensamentos vadios e vazios

Onde me obrigavas a suster o ar e a viver-te

Com dor, sofrer de quem não queria nem sonhar-te

Mas foste ficando, em silencio, e entraste em mim

Como uma aragem pela manhã que pensava limpar-me

Mas conspurcaste o coração e fizeste dele um amontoado

De trapos de ideias que invadiram-me a coragem

E aprisionaram-na numa pequena caixa, junto ao chão

E trouxeste os medos, traumas de quem está deitado no labirinto

E rias de mim sem que eu soubesse como sair de ti

Mas tudo tem um the end, escrito na tela do nosso filme

E o teu está a passar, mas sem que a minha fita esteja terminada

Apenas te enterro para despertar o que a verdade escreve

Em poema, numa frase, num sentimento

Nunca é tarde para se começar

Sempre demasiado cedo para se acabar...

Assim te enterro e viro as costas

Abraçado aos que me sempre apararam

E nunca se riram de quem muitas vezes fica escravo

Mas que um dia solta as correntes

E grita ao mundo, a liberdade não tem tempo

Apenas dá a oportunidade de ser sentida.

publicado por opoderdapalavra às 22:58
04 de Agosto de 2014

 

 

 

Há muito que gostava de encontrar as palavras,

Aquelas que conseguem substituir o silencio,

Torná-lo num diálogo onde o sentido fosse coerente.

Há muito que procuro descobrir o que se consegue dizer

Naqueles instantes onde o instantâneo é apenas o nervoso

A ansiedade imediata de proferir algo que possa adormecer

Colocar no sono profundo a ira que paira pela mente

Há muito que busco por uma frase

Que possa transformar o oceano vazio em ondas de paixão

Onde que me escuta possa apenas sorrir nos lábios

E tocar-me na face com a doçura dos seus dedos

Há muito que não sei por andam aquelas letras

As mesmas que um dia usava como malabarista

E desenhava personagens no papel em branco

Dava-lhes a cor e pintava-as de cores inundadas de luz

Há muito que gostava de saber afinal que jogo é esse

O das palavras que temos de dizer, mas ficam sempre

Por escrever, no livro que vivemos...

publicado por opoderdapalavra às 22:37
Agosto 2014
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