podes pensar, podes falar, mas tudo o que escrevas tem o poder de ficar.
27 de Maio de 2011

 

 

No dia 5 de Junho não vou votar.

Não porque me queira abster.

Não voto porque não posso.

Em resposta a um pedido de voto antecipado, com provas de ausência no dia 5 de Junho, a CNE respondeu-me o seguinte:

"g) Todos os eleitores não abrangidos pelas alíneas anteriores que, por força da representação de qualquer pessoa colectiva dos sectores público, privado ou cooperativo, das organizações representativas dos trabalhadores ou de organizações representativas das actividades económicas, e, ainda, outros eleitores que, por imperativo decorrente das suas funções profissionais, se encontrem impedidos de se deslocar à assembleia de voto no dia da eleição."

Eu vou ausentar-me por motivos privados, logo, não posso votar.

Chego à triste conclusão de que Portugal não é um país livre. A Liberdade é um principio de todos, não uma mera ilusão de alguns.

Mas escrevo hoje para referir que, pela coerência a que a minha consciência me obriga, a partir deste texto vou deixar de falar, abertamente, de politica.

Porquê?

Porque penso que a legitimidade da partilha do pensamento tem de estar de acordo com a responsabilidade do exercício da cidadania. Eu como não o vou exercer, mesmo sendo contra a minha vontade, tenho de me recolher no privado e aí continuar a partilhar as minhas ideias.

No entanto, vou deixar apenas algumas reflexões para todos os que gostam e acompanham o que escrevo, pensarem, não deixarem de amadurecer a diálise dos ideais e das correntes filosóficas.

Será um pais de facto capaz de encontrar os seus desígnios, quando está mergulhado num vazio de valores, de ideias, de uma força interior que o catapulte para uma vontade única, um desejo global de melhorar?

Será que aqueles que criticamos abundantemente, em quem descarregamos as nossas frustrações, chamados políticos, não serão apenas o espelho da real personalidade da nossa sociedade?

Será que, se desejamos melhores políticos, mais honestidade, mais seriedade, mais lealdade e confiança nesses mesmos que nos representam, temos de ser mais exigentes, mais participativos, mais leais para com a nossa sociedade, mais sérios nas escolhas, mais rectos na procura das soluções, mais construtivos nas ideias e mais empenhados em construirmos uma consciência própria?

Será que o egoísmo leviano não terá conduzido uma sociedade a uma desresponsabilização geral da sua cidadania?

E para quê vídeos, a demonstrar quem somos e quem fomos ao longo da história, para mostrarmos aos outros, quando afinal eles deviam ser visionados por nós, que nos temos esquecido de quem realmente somos...

Sou português. Defendo as minhas ideias, os meus ideais, as minhas convicções. Sou liberal, defensor da liberdade individual, compulsivamente contra os domínios do Estado, que penso apenas deve salvaguardar os princípios fundamentais de uma sociedade: Saúde, Educação, Justiça e Solidariedade Social.

Defendo que o Estado deve-se ausentar da economia, como órgão controlador, apenas sendo o órgão Regulador e Fiscalizador. Sou a favor das liberdades do pensamento, sejam eles religiosos, políticos, filosóficos, doutrinas ou movimentos associativos. Sou contra a anarquia, sou contra o extremismo, sou contra a precariedade do pensamento, da personalidade, dos valores. Defendo e sempre defenderei o ser humano como parte integrante de um Universo Único e Global.

Sou um acérrimo defensor da responsabilização do individuo, do mérito próprio, dos deveres individuais e dos respectivos direitos.

Não defendo o Socialismo, nem as vias Comunistas. No entanto, reconheço alguns valores nestas doutrinas, e mesmo sendo contra a sua maioria, respeito-as como existência.

Sou apartidário em Portugal. Não me revejo em nenhum partido politico. Defendo uma constituição diferente em muitos pontos, começando pela definição absoluta do papel do Presidente da Republica. Penso termos demasiados cargos de pura representação. Precisamos é de gente que trabalhe e não de pessoas que representam um nome que tem uma história, um presente e que sempre escreverá um futuro: Portugal.

Defendo a existência e possibilidade de concorrerem em eleições, de movimentos cívicos, bem fundamentados, e bem estruturados. Sou a favor do voto obrigatório, porque penso que quem vive em sociedade tem de assumir os seus deveres, as suas responsabilidades. Estou cansado de gerações à rasca... de criticarem e nada fazerem. Os que de facto querem e desejam a mudança, procuram-na, lutam por ela, gritam em alta voz pela sua identidade.

Não sou nacionalista. Patriota?...

“ A minha pátria é a Língua Portuguesa”. Fernando Pessoa.

E ela fala-se em tantos pontos do Mundo.

Sou eu, Universalista, Humanista, Liberalista. Sou Gnóstico no sentido lato do conhecimento como base do principio do desenvolvimento do individuo. Não no sentido religioso, porque ai as minhas convicções, apesar de formação católica, não são ligadas a nenhum movimento, até ai sou “apartidário”, porque defendo a ciência e a sua descoberta, mas sempre na defesa da Natureza Global, do Universo, e não para a Supremacia do Homem sobre o que o envolve. A igualdade acima de tudo.

E deixo-vos uma história, verdadeira, que se passou comigo, para perceberem que como dizia Cervantes: “O nosso verdadeiro e principal inimigo, vive dentro de nós.”

Quando quis lançar o meu primeiro livro, 11-M, a maioria das editoras fechou-me a porta. Depois apareceu a coragem de uma pequena editora, Palimage de seu nome. Mas teria de comprar um numero de exemplares. Procurei patrocínios para ajudar a comprar esses livros e publicar a minha obra. As portas foram-se fechando, desde associações, ao próprio pelouro da Cultura do município em que vivia. Um dia, lia num jornal diário, o Publico, a existência de uma instituição internacional de luta contra o terrorismo. Tentei a sorte, fui audaz, e consegui os frutos. Eles apoiaram-me, mesmo não me conhecendo, aliás ainda hoje não os conheço, e consegui a edição. Eles leram a obra, gostaram e CONFIARAM.... fica a pergunta...

AFINAL DE CONTAS, O QUE NOS FALTA, CAROS PORTUGUESES?

 

 

publicado por opoderdapalavra às 23:34
12 de Maio de 2011

Existe uma história, verdadeira, que exemplifica o Socialismo...passo a citá-la:

 

"Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele
nunca chumbou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, chumbado uma
classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente
funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria
igualitário e justo.
O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiencia socialista
nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas em
provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e,
portanto seriam justas. Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas
notas, o que significou que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer,
claro, que ninguém receberia 20 valores...
Logo que a média das primeiras provas foi tirada, todos receberam 14.
Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se
esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda
menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que
tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se
aproveitariam da media das notas. Portanto, agindo contra as suas
tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Em resultado, a
segunda média dos testes foi 10.
Ninguém gostou.
Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre
os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da
atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos
tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de
injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas,
ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da turma.
Portanto, todos os alunos chumbaram... Para sua total surpresa.
O professor explicou que a experiencia socialista tinha falhado porque
ela fora baseada no menor esforço possível da parte de seus
participantes.
Preguiça e mágoas foi o seu resultado. Sempre haveria fracasso na
situação a partir da qual a experiencia tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo
sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos
outros sem o seu consentimento para dar a outros que não batalharam
por elas, então o fracasso é inevitável."

 

 

 

Agora volto ao Liberalismo, com mais uns dados... e diferenças... Fonte: Wikipédia.

 

Liberalismo clássico (também conhecido como Liberalismo tradicional  ou liberalismo laissez-faire ou Liberalismo de mercado é uma forma de liberalismo que defende as liberdades individuais, igualdade perante a lei, limitação constitucional do governo, direito de propriedade, direitos naturais, proteção das liberdades civis e restrições fiscais ao governo, como exemplificado nos textos de John LockeAdam SmithLudvig von MisesDavid RicardoVoltaireMontesquieu e outros. Assim sendo, é a fusão do liberalismo econômico com liberalismo político do final do século XVIII e século XIX. O "núcleo normativo" do liberalismo clássico é a ideia que economia laissez-faire conseguiria criar uma ordem espontânea ou mão invisível que beneficiaria a sociedade, apesar que ele não se opõe a provisão de alguma produtos básicos pelo governo onde eles são vistos como limitados.  A qualificação clássico é aplicado retroativamente para distinguir ele do conceito de liberalismo do século XX e seus movimentos relacionados como liberalismo social. Liberais clássicos suspeitam de tudo a não ser o mais minimo dos governos e são contra o estado de bem-estar social.

 

liberalismo socialsocial liberalismonovo liberalismoliberalismo moderno, liberalismo radical, é um desenvolvimento do liberalismo no início do século XX, tal como outras formas de liberalismo, vê a liberdade individual como um objectivo central. A diferença esta no que se define por liberdade, para o liberalismo clássico, liberdade é a inexistência de compulsão e coerção nas relações entre os individuos, já para o liberalismo social a falta de oportunidades de emprego, educação, saúde, etc., podem ser tão prejudiciais para a liberdade como a compulsão e coerção.

Derivado disto, os liberais sociais estão entre os mais fortes defensores dos direitos humanos e das liberdades civis, embora combinando esta vertente com o apoio a uma economia em que o Estado desempenha essencialmente um papel de regulador e de garantidor que todos têm acesso, independentemente da sua capacidade económica, a serviços públicos que asseguram os direitos sociais considerados fundamentais.

A palavra social é utilizada nesta versão do liberalismo com um duplo sentido. Um primeiro como forma de diferenciação dos grupos que defendem correntes do liberalismo como o liberalismo clássico, o neoliberalismo e o libertarianismo. Um segundo como forma de vincar os ideais progressistas ao nível da defesa das liberdades individuais e em oposição às idéias defendidas pelos partidos conservadores.

O Liberalismo Social é uma filosofia política que enfatiza a colaboração mútua através de instituições liberais, em oposição à utilização da força para resolver as controvérsias políticas.

Rejeitando quer a versão pura do capitalismo, quer os elementos revolucionários da escola socialista, o liberalismo social coloca a sua ênfase nas liberdades positivas, tendo como objectivo aumentar as liberdades dos mais pobres e desfavorecidos da sociedade.

 


 



publicado por opoderdapalavra às 20:37
10 de Maio de 2011

Gostava de deixar umas afirmações, para reflexão, sobre o nosso Portugal.

 

1.   Acabei de ler uma entrevista, no jornal Publico, ao senhor Gylfi Zoega, economista do Banco Central Europeu. E gostava de partilhar uma das ideias mais marcantes das suas palavras, que passo a citar:

“ Pergunta: Tem algum conselho a dar ao portugueses?

 

R: Não encobrir os problemas. Determinar exactamente o que se passou aqui, promover uma investigação independente, descobrir o que está errado no Governo e no sistema político, explicar pormenorizadamente quem deixou isto acontecer, para que ninguém se esqueça e não volte a acontecer. Os países protegem os seus - é como uma família que esconde os casos de alcoolismo. Os países tem de enfrentar os seus problemas, saber o que correu mal - é assim que aprendem. Isso foi o que aconteceu no meu pais ( Islândia).”

 

 

2.   Um artigo do Financial Times, escrito por Wolfgang Munchau, diz o seguinte:

 

“Não se pode gerir uma união monetária com governantes como o Sr. Sócrates ou com ministros das Finanças que espalham rumores sobre a desintegração (…) José Sócrates, ter escolhido adiar para o último minuto o pedido de ajuda financeira. O seu anúncio, na semana passada, foi um alerta trágico-cómico da crise. Com o país à beira da extinção financeira, foi à televisão nacional orgulhar-se de ter garantido um acordo melhor do que a Grécia e a Irlanda. Além disso, garantiu que o entendimento não seria muito doloroso. Quando os detalhes foram conhecidos, poucos dias depois, percebeu-se que nada disso era verdade. O pacote contém cortes de custos severos, congela os salários da função pública e as pensões, aumenta os impostos e prevê uma recessão profunda nos próximos dois anos”

 

        

3.   Deixo uma ideia por ultimo, que vou completar em próximos textos, e que visa dar-vos a ideia do que é o Liberalismo, nas suas variadas vertentes. Isto, porque tem-se falado muito em Liberalismo e nos seus problemas, mas penso que se tem dito mais para dispersar ideias, do que esclarecido os pontos essenciais de uma filosofia, aliás, de várias filosofias políticas, económicas e sociais.

 

Liberalismo - Em Filosofia Política, o que chamamos Liberalismo é a forma ao mesmo tempo racional e intuitiva de organização social em que prevalece a vontade da maioria quanto à coisa pública, e que está livre de qualquer fundamento filosófico ou religioso capaz de limitar ou impedir a liberdade individual e a igualdade de direitos, e no qual o desenvolvimento e o bem estar social dependem da divisão do trabalho, do direito de propriedade, da livre concorrência e do sentimento de fraternidade e responsabilidade filantrópica frente à diversidade de aptidões e de recursos dos indivíduos. Em sua inteira expressão, o pensamento liberal contem um aspecto intuitivo, além do puramente racional, e esquecer essa particularidade – como, me parece, faz grande número de filósofos e cientistas políticos – implica em não compreender inteiramente a essência do Liberalismo.

Na antiguidade – na Grécia de alguns séculos antes de Cristo –, existiu um regime semelhante ao Liberalismo, pelo menos no que diz respeito à livre decisão do povo, através do voto da maioria, nas questões de interesse público. Porém foi nessa mesma Grécia, daquela mesma época, que a ideia rival do Liberalismo foi ensinada por Platão. Em sua obra A República ele argumenta que a maioria do povo é ignorante, e não sabe decidir racionalmente de acordo com a vontade geral de bem estar social. Por esse motivo, o voto deveria ser privilégio da elite de filósofos, homens esclarecidos que saberiam muito melhor o que seria o bem para todos. Embora não existissem as denominações Liberalismo (vontade livre da maioria) e Socialismo (vontade racional da minoria esclarecida), os germes dessas duas ideias opostas já estavam nessas duas posições políticas.

O Liberalismo parte do princípio de que o homem nasce livre, tem a propriedade dos bens que extrai da natureza ou adquire por via de seu mérito ou diligência e, quando plenamente maduro e consciente, pode fazer sua liberdade prevalecer sobre as reacções primárias do próprio instinto e orientar sua vontade para a virtude. Uma pessoa madura e livre está à altura de perseguir sua felicidade a seu modo, porém respeitada uma escala de valores discutida e aprovada por todos, ou seja, ela deve reconhecer sua responsabilidade em relação ao seu próprio destino e ao objectivo da felicidade colectiva em sua comunidade ou nação. Será contraditório que alguém ou algum grupo tenha naturalmente poderes para cercear essa liberdade sem que parta do próprio indivíduo uma concordância para tal.... CONTINUA.

 

 

publicado por opoderdapalavra às 00:29
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