
Estamos a assistir a uma intempérie de revoluções vindas do mundo islâmico. Tunísia, Egipto, a Síria está a começar de ferver, a Líbia já teve de fazer concessões para evitar e Marrocos idem.
Em todos os casos observamos que o fundamento passa pela saturação do povo para com os regimes políticos existentes. Fartos de misérias, corrupções activas e passivas, impostos quase surreais, ostentações de riquezas por parte dos governantes em detrimento da escassez latente no resto da população... e eu pergunto: não vos faz lembrar nada?
Claro, nós, Portugal.
A diferença, e talvez esteja ai o receio do mundo ocidental quanto a estas convulsões, é a presença e a possível ascensão do radicalismo islâmico neste países, que lembro, apesar de tudo, ainda são dos mais moderados... tirando alguns anos da Líbia e claro, a Síria, onde o radicalismo já perdura.
Mas de resto, o denominador é comum. O povo está cansado, exausto de um poder absoluto no sentido dos interesses próprios e desprovido de valores sensatos quanto à verdadeira governação do pais.
Talvez, e é frequente em épocas de crise, possamos estar perante o inicio de uma epidemia de revoluções que poderão mudar a face geopolítica de várias áreas estratégicas do mundo como o conhecemos. O Médio Oriente sempre foi e o será eternamente, um eixo de perturbações constantes. A própria luta Israelo-árabe é um barril de pólvora que poderá ter novos contornos, conforme os desfechos destas mudanças no mundo árabe. E todo esse final irá condicionar o ocidente.
Estamos num tabuleiro de difíceis e imprevisíveis jogadas. Todos os dados poderão radicalizar as alterações no xadrez do mundo actual. Serão tempos de grandes movimentações, e poderão ser tempos de oportunidades únicas para mudar, revolucionar culturas, hábitos, reorganizar valores, recuperar tradições, ressuscitar o Homem como individuo, como ser integrante e habitante de um planeta onde ele não é nada sem o todo e o todo não é nada sem ele.
Acreditar que mudar é possível, é nestes dias, conseguir acreditar que se pode redesenhar o futuro. As gerações que virão são, na minha opinião e se nada for feito, as gerações do vazio. Estamos a construir um buraco negro, um fosso abismal de pessoas sem pensamentos, sem a filosofia construtiva, sem fundamentos humanos e racionais. A geração de ouro é hoje a semente da geração de palha. Retrocedemos em vez de evoluirmos. O progresso digital não tem sido acompanhado pelo mesma evolução da mente humana.
Por isso estas movimentações são importantes dados no jogo, porque demonstram que poderão haver esperanças para conseguir mudar a orientação do mundo.
Eu sempre achei todas as revoluções a favor da liberdade das culturas, dos povos oprimidos e abandonados, deveras importantes, por isso sou a favor dos que lutam, contra os que cruzam os braços... mas não quero revoluções que criem novos estigmas, pois o importante é criar novos horizontes, novas esperanças...
Portugal precisa de uma revolução. Portugal precisa de mudar....a começar pelas ideologias de todos os políticos que temos neste momento, da esquerda à direita... todos, porque eles todos tem a mesma ideologia, o seu próprio interesse... ou já assistiram algum a dar o que tem em proveito dos que não tem?...
Vamos mantendo contacto...pois o Mundo não escolhe fins, apenas desenha princípios... temos é de estar atentos e conseguiremos vê-los.