O tempo.
Falarmos esta palavra ou escrevemo-la parece uma espécie de “papão” que nos devora o ser.
Mas não é ele o dito “monstro”. Somos nós que o engolimos com a feroz certeza de o controlarmos, de lhe tomarmos o poder, o controlarmos como nosso escravo.
Mas não o conseguimos, pois ele é apenas um caminho, que não se altera apenas porque existimos ou coisa parecida.
E por isso vamos perdendo tempo.
Perdemos o tempo com agonias.
Perdemos o tempo com sofrimentos.
Perdemos o tempo com a dor.
Perdemos tempo com orgulho de não reconhecermos um erro.
Perdemos tempo com a pouca vontade de perdoar.
Perdemos tempo com ódio por aquela pessoa que até errou, mas é humano como nós.
Perdemos tempo a pensar no que devíamos fazer, mas não o fazemos porque mais vale apenas pensar do que agir.
Perdemos tempo com o silencio de não dizermos a quem amamos a palavra “Amo-te”.
Perdemos tempo com azedumes baratos, apenas porque tememos que os outros pensem que somos fracos.
Perdemos tempo em pensarmos que temos poder sobre alguém.
Perdemos tempo com frustrações em não conseguirmos o que desejamos.
Perdemos tempo com o passado.
Perdemos tempo com aqueles que apenas buscam em nós um interesse momentâneo.
Perdemos tempo com o trabalho que nos afasta da realidade.
Perdemos tempo em não darmos a atenção necessária aqueles que nos procuram porque gostam realmente de nós.
Perdemos tempo com as zangas sem sentido.
Perdemos tempo, porque parece que preferimos perder tempo, do que desgosta-lo como o mais belo banquete.
Podíamos ganhar o tempo, ganhar a vida.
Como?
Dizendo aos que amamos o quanto os amamos, mesmo que seja um simples Amigo, mas se o sentirmos, devemos dizer-lhe.
Procurando portas abertas nos problemas e não construindo cada vez mais portas fechadas.
Querendo dois sorrisos em vez de uma lágrima.
Lutando pelo que desejamos mesmo, independente se isso custa tempo ou não, pois ele é sempre ganho e nunca é uma perda.
Perdoando.
Reconhecendo.
Amando em vez de odiar, mesmo o que ns fez mal, ensinou-nos algo e por isso devemos-lhe isso, logo devemo-lo amar como um ser humano como nós, pois ele errou apenas aos nossos olhos, será por isso legitimo tomar um erro para nós como um erro universal?
Não pensarmos que temos poder sobre os outros, mas sim temos o respeito sobre o que os outros são e como são, pois assim eles retribuíram da mesma forma, se não o fizerem, teremos de perdoar e dar-lhes tempo para que reconheçam.
Pensar o presente como o momento da Vida, onde tudo acontece e tudo se decide.
Não fazer planos para a Vida para não atrapalhar os planos que a Vida tem para nós.
Estarmos atentos.
Sempre que nos zangamos, dialogarmos e sabermos aceitar os outros pontos de vista, pois se são sentidos é porque tem sentido, logo merecem a nossa reflexão.
Sabermos que sempre que caímos, temos de nos levantar, logo ficamos mais fortes e mais sábios.
Aprender a dar a mão. Um dia podemos sempre ser nós a pedi-la.
Apreender o que os outros tem para nós, pois temos também sempre algo para eles.
E o maior dos princípios para ganhar o tempo:
“Amar não é aprisionar, mas sim libertar. Viver não é sofrer, mas sim caminhar.”