Caros amigos,
Vamos a votos próximo dia 27 de Setembro. O voto é numa democracia o poder absoluto. Poder que o povo é detentor. Não se esqueçam nunca mais que o povo é o detentor do poder máximo de uma democracia. Sim, não é o Presidente nem o Governo ou a Assembleia, pois eles são apenas representantes que o povo decide, através do voto, colocar à frente dos destinos do Pais, e isto se for uma democracia representativa, pois se for directa, que é a genuína, é onde o povo expressa a sua vontade por voto directo em cada assunto em particular.
Mas a democracia que temos é a representativa. Pois, em primeiro lugar, gostava de referir-me sobre o poder do povo. Meus caros, nós temos o poder de escolher quem nos representa, isto é, escolhermos a pessoa que vai representar os nossos interesses enquanto cidadãos. Eu sei o que estão desde já a pensar, ninguém vos representa. E já se questionaram porquê? Porque é que vocês votam numa pessoa, que representa um partido e depois vêem-se com a consciência adulterada pelo mau estar de ter escolhido mal? Em democracia, temos de ter sempre o sentido de responsabilidade. Acreditem que ela não começa nos políticos, começa em nós, o povo, lembram-se, o que detém o poder máximo na democracia. Eles são apenas joguetes na vontade de todos nós. Só que o que se passa neste pais que tanto gostamos, é que nós o povo, pensamos que são eles que tem o poder máximo, logo ficamos à espera que eles mudem, e vamos continuar à espera, porque estes políticos que temos não mudam. Eles cresceram dentro de um pensamento de política de interesses, de política de dogmas baseados em diferenças demagógicas, de política feita sem referencias, de política feita na base da critica fácil e da falta de verdade ( sim, porque nenhum a fala), de política feita de obscuridade onde ninguém tem culpa mas onde todos tem obra feita. Sabem, os políticos actuais julgam-se donos deste pais, um desses ditos donos chama-se Mário Soares. Pensa-se libertador, pensa-se um filósofo da criação de um novo pais, uma referencia histórica, um lutador. Pois, foi lutador, conseguiu alguns feitos, mas defendeu sempre os interesses próprios: foi o presidente que mais viajou à custa do povo português, foi aquele que em troca de benefícios e interesses próprios entregou as todas as colônias ao abandono ( todas acabaram em guerras civis, sem que os interesses dos pobres portugueses que lá viviam e dependiam, fossem minimamente defendidos); foi ele quem ainda coloca um ou dois policias de guarda à sua casa na praia do Alemão no Alvor, para se guardar de quem? Só se for para manter à distancia os portugueses de segunda, pois de resto já ninguém quer saber dele. E agora ainda vem dizer que Manuela Ferreira Leite diz disparates... que falta de charme para um dito pensador deste pais. Pois digo-lhe, caro Mário, você não é nem nunca será dono deste pais. Nem você, nem ninguém, pois ele pertence a todos, a todos os que são parte integrante dele.
Mas todos os políticos actuais tem um pouco de Mario Soares. Quer à esquerda, quer à direita. Vou analisa-los:
- PS – José Sócrates – Um PM que é bom na venda da sua imagem. Um PM que acha que tem muita obra feita... nos protestos dos professores talvez, na subida da taxa de desemprego, na desagregação social. Bem, mas José Sócrates ama e admira imenso as estatísticas. As Novas Oportunidades servem para mostrar que o pais tem mais pessoas com o 12ºano, não interessa como, mas tem nas percentagens, pode é não ter gente especializada, mas isso não interessa muito não é? Os cursos de formação nos centros de emprego, que nas estatísticas, quem os freqüentar não entra nas percentagens do desemprego, são optimas vias de mostrar realidades diferentes. Depois também temos a estatísticas por exemplo do combate a incêndios... não interessa se o clima é diferente de verões passados, mas há menos incêndios... e podíamos continuar, mas termino com uma outra estatística, a dos processos levantados a pessoas que o criticaram. Bem, foi o PM mais activo nesse campo. Pois é José Sócrates, a vida é feita também de critica e não só de palmas, pois palmas na minha opinião são muito poucas as que você merece. Este pais não merece a arrogância barata e a prepotência leviana que você ostenta... e pode haver quem acredite na sua imagem de vitima, mas só quem quer, porque de vitima você não tem nada, mais parece um boneco de madeira construído em falsas democracias e falsas virtudes políticas.
- PSD – Manuela Ferreira Leite – Bem, a chamada mulher de ferro de Portugal não é mais que uma repetição sem conta do passado. Faz-me lembrar aqueles pesadelos que teimam em perseguir-nos vezes sem conta. Manuela, a vida tem um tempo, e nesse tempo devemos sempre saber quando é que estamos já fora da casa, ou seja, você está há muito já fora da realidade política. Primeiro defender-se a família de uma forma meramente de índole religiosa, a serventia de procriação é demasiado baixa e primitiva para se defender esse bem que não passa pelas linhas que defende, mas sim pela criação de condições ao amor, à relação saudável de dois seres, e sinceramente sejam de que sexo forem o que interessa é que existam condições de respeito pelas escolhas de todos e não uma tomada de posição de quase obrigação pelo ancestralismo religioso. Mas também lhe devo dizer, que mesmo dizendo que respeito as relações do mesmo sexo, penso que o Homem não tem o direito de pensar que deve ultrapassar todas as fronteiras da sua existência, porque devemos caminhar para uma sociedade ordeira e instruída nas referencias, e não para uma anarquia barata e baseada na simples vontade das diferenças. Mas Manuela, um pais que quer ser alguém tem de arriscar e saber arriscar... o TGV é uma oportunidade se for bem feito. Não concordo com a ligação Lisboa-Porto. Mas precisamos de apanhar a ultima oportunidade que temos de ser a porta de entrada do Atlântico. E o TGV de Madrid a Sines, com passagem a Lisboa, para que os dois portos possam escoar mercadorias para o resto da Europa é uma simples forma de atrairmos industrias para estes dois locais, e com isto teremos mais emprego e logo mais riqueza. Defendo ainda, numa segunda fase um novo aeroporto, mas não em Lisboa. Defendo no Porto, para que se a Sul a entrada é por mar a norte seja por Ar. Temos o Atlântico Norte recheado de riquezas que podem vir para a Europa através de Portugal. E ai sim, a ligação de TGV Porto-Vigo-Madrid. O futuro é já hoje, o passado esqueça-o. As finanças? Bem, já reparou que passamos os últimos 10 anos ou mais a tentar regularizá-las? E vamos passar quantos mais? E o futuro vai passando. Não queira cometer mais erros. Temos demasiadas auto-estradas, precisamos é de ligações fortes ao exterior. Senão o que temos internamente de nada vale.
- CDS,CDU,BE – Os nomes nem vou escreve-los. Porque? Porque estes senhores são os donos da demagogia barata, onde a simplicidade da critica por nunca ser governo, baseadas em demagógicas filosofias políticas, ultrapassadas ou mesmo feirantes( total respeito aos verdadeiros feirantes que ganham a sua vida a trabalhar a sério). A esquerda está ultrapassada. Essa história da vida dos trabalhadores, etc, etc... falem é do dizimo que os comunistas são obrigados a doar ao partido, como qual IURD. O Bloco que fale dos reais interesses para o pais e não ande à procura dos que se queixam para os atrair facilmente para as suas fileiras, como vampiros políticos em busca do sangue mais doloroso. E o CDS, bem partidos de gente mimada, habituada a pensarem que a política é uma forma de estatuto social, engrandecido pelos bons fatos e pelos discursos acalorados por uma multidão de gente simples, que os do CDS pensam serem demasiados ignorante para perceberem as suas palavras, mais respeito por quem trabalha de sol a sol. Paulo Porta não saia do seu casulo para as feiras apenas quando o rei faz anos, saia sim sempre.
Como podem ver, o meu voto não pertence a nenhum destes senhores, nem a outro qualquer. Estou farto desta política. Vou votar sim, mas vou votar nulo. Pois não me identifico com nenhum político nem com nenhum partido. Decorria o ano de 1128, e as tropas fieis a D.Afonso Henriques lutavam arduamente em S.Mamede, para construir um pais, o mais velho da Europa, uma nação que décadas depois veio a descobrir, sem medo, mas humildemente novos caminhos pelo mundo fora. Muitos foram os que perderam também a vida a lutarem contra os espanhóis para que hoje sejamos todos portugueses. Muitos foram aqueles que morreram nas guerras coloniais, para defenderem uma utopia estúpida e sem jeito de um homem que amordaçou Portugal. E depois veio um 25 de Abril, que os nosso políticos quase ditam como a verdadeira independência desta pais. Temos quase 900 anos de história. Acham que os nossos políticos, sempre que são eleitos com os nossos votos, sabem da responsabilidade histórica que devem abraçar? Acham que eles, nos seus dias como defensores dos interesses de Portugal, dão seqüência ao suor, ao sangue, à dor, aos sonhos, às vontades, ao querer de todos os que lutaram, que desejaram, a todos os que venceram e perderam, por este pais? Acham que eles tem a noção dos que morreram para que exista Portugal, o pais onde eles mesmos exercem as suas funções como representantes do Estado? E já agora, não acham que está na altura de mudar isto tudo, e que sendo o povo o detentor do poder máximo, é que tem a responsabilidade de dar continuidade à história? Afinal somos todos, mesmo todos, parte de uma cultura que devemos sentir orgulho. Uma cultura onde Camões cantou os feitos por esse Mundo fora, onde um Homem acreditou e fez acreditar que era possível construir um Condado, onde um Infante olhou o vazio do horizonte e achou que muito Mundo havia para descobrir, onde simples homens e mulheres acreditaram que era possível sairmos de uma ditadura, quer a espanhola quer a da Salazar. Eu acredito neste Portugal, grande nas letras, que pertencem a todos e não só a um grupo elitista. Este Portugal rico nas suas terras, nas suas gentes, com costumes que podem engrandecer um Turismo de qualidade, um “petróleo” saudável. Eu acredito neste Portugal que tem a diversidade das suas raízes uma base para querer acreditar e querer mudar, com força, perseverança e querer.
Meus caros, em breve vou escrever sobre como acho que pode ser este Portugal. Mas hoje apenas quis partilhar convosco pequenos pensamentos, longe de qualquer ideal Nacionalista, apenas baseado num amor, o amor pela minha terra, pelas minhas raízes, pelas pessoas que são simplesmente como eu, Humanos deste pais que tão bem está à beira Mar plantado.