podes pensar, podes falar, mas tudo o que escrevas tem o poder de ficar.
24 de Junho de 2009

 

 

 

Amor.

 

Há uns dias atrás falei com um sábio. Questionei-o sobre as mudanças que o Amor pode provocar nas pessoas. Sobre a nossa capacidade de conseguirmos mudar o coração dos outros com o nosso Amor. Ele pausou, e apos alguns segundos de silencio perguntou-me o seguinte:

“ Quando entras num belo jardim, cheio de flores, de todas as cores feitios, e sabes que podes escolher apenas uma flor, qual é a que escolhes?”

Por momentos fiquei algo pensativo, mas depois respondi:

“ Escolho a mais bonita.”

“Olha, escolhes a mais bonita porque é a que achas que preenche o teu espírito, pois aprendes a gostar dela como é, bonita. Mas agora pergunto-te, porque não escolhes a mais feia?”

“Porque gosto da mais bonita. E a mas feia não a posso transformar na mais bonita.”

Ele sorriu e seguiu o seu caminho.

 

Amor.

 

“ Não caminhes atrás de mim que posso me esquecer de ti. Não caminhes por cima de mim, que posso cansar-me de ti. Não caminhes por baixo de mim, que posso magoar-te. Não caminhes à minha frente que posso não conseguir acompanhar-te. Caminha a meu lado, pois somos iguais.”

 

 

Amor.

 

“Caminhava distraidamente pela rua quando a viu: uma enorme e bonita montanha de ouro.

O sol incidia em cheio nela e, ao roçar a sua superfície, desprendia reflexos coloridos, que a faziam parecer um objecto de outra galáxia, saído de um filme de Steven Spielberg. Ficou parado durante uns instantes, a observa-la, como se estivesse hipnotizado.

- Terá dono?, pensou

Olhou para todos os lados, mas não viu ninguém à sua volta.

Por fim, aproximou-se e tocou-lhe. Estava quente.

Ao passar os dedos pela superfície, pareceu-lhe que a sua suavidade ao toque correspondia exactamente à sua luminosidade e beleza.

- Quero-a só para mim, pensou.

Com todo o cuidado, pegou nela e começou a caminhar com a montanha de ouro nos braços, rumo aos arredores da cidade.

Fascinado, entrou lentamente pelo bosque e dirigiu-se para uma clareira.

Ali, sob o sol da tarde, pousou-a com cuidado em cima da erva e sentou-se a contempla-la.

- É a primeira vez que tenho uma coisa valiosa só para mim. Uma coisa minha. Só minha! , pensaram, ele e a montanha, ao mesmo tempo.”

Afinal quem possuiu quem no Amor?

 

 

Amor.

 

Amor não se troca, dá-se, oferece-se com um sorriso.

Amor não se desdenha, fala-se com um olhar brilhante.

Amor não se procura, encontra-se como um tesouro.

Amor não se refuta, apenas se partilha.

Amor não é um troféu de ganhar e perder, é uma conquista de saber viver.

Amor não é os grandes momentos, é sim a simplicidade do momento.

Amor não é um orgulho, mas sim a humildade de um reconhecimento.

Amor não é o ciúme, mas sim a confiança do sentimento.

Amor não é uma posse, mas sim o respeito.

Amor não é o sofrimento da pergunta, mas sim a serenidade da resposta.

Amor não é o som constante das palavras, mas sim o breve silencio da ponderação.

Amor não é uma corrida, mas sim apenas um caminho.

Amor não é um sempre, mas só um presente.

Amor não é um monologo, mas sim um dialogo.

Amor não é a critica gratuita, mas sim a construção de opinião.

Amor não é separar, mas sim procurar entender.

Amor não é cobrar, mas sim ajudar.

Amor não é o medo de perder, mas sim a coragem da oportunidade de se sentir.

Amor é apenas Amor, o conjunto de tudo no todo de se ser livre, dando, oferecendo, independente do que se recebe. Amor é voar e sem ter medo de não ter asas!

 

Para alguém que ama, mas tem medo...

 

 

 

publicado por opoderdapalavra às 23:32
21 de Junho de 2009

Quero pedir a todos os meus leitores que façam uma paragem nos vossos pensamentos. 

Na História do Homem, muitos tem sido os que morrem pela Liberdade, pela vontade de poderem exprimir a sua opinião, pelo querer uma sociedade mais livre, justa. Neste sábado, uma mulher morreu em Teerão, tinha 16 anos. O seu nome Neda. Parem. Pensem. O que acontece longe dos vossos olhos, explodem dentro do vosso pensamento. A Simplicidade Humana de querer ser Livre. Será um problema dos outros, afinal?

 

 

 

 

Poema Árabe de Nizzar Qabbani.  Para Neda e todos os que Lutamos para a Liberdade de Todos!

 

O meu filho coloca a sua caixa de pintura à minha frente

 

E pede-me que lhe desenhe um pássaro.

 

Mergulho o pincel na cor cinzenta

 

E traço um quadrado com fechaduras e grades.

 

Os seus olhos enchem-se de surpresa:

 

"... Mas isto é uma prisão, pai,

 

Não sabes desenhar um pássaro?

 

E eu digo-lhe: "Filho, perdoa-me.

 

Esqueci-me da forma dos pássaros.

 

O meu filho coloca o livro de desenhos à minha frente

 

E pede-me que desenhe uma espiga de trigo.

 

Pego num lápis

 

E desenho uma arma.

 

O meu filho desdenha da minha ignorância,

 

perguntando,

 

"Pai, não sabes a diferença entre uma espiga de trigo e uma arma?"

 

Eu digo-lhe: "Filho,

 

uma vez usei a forma da espiga de trigo

 

a forma do pão

 

a forma da rosa

 

Mas nestes tempos duros

 

as árvores da floresta juntaram-se

 

aos homens da milícia

 

e a rosa veste uniformes escuros

 

Neste tempo de espigas de trigo armadas

 

de pássaros armados

 

de cultura armada

 

e de religião armada

 

não se pode comprar pão

 

sem encontrar uma arma no interior

 

não se pode colher uma rosa do campo

 

sem que os seus espinhos nos arranhem o rosto

 

não se pode comprar um livro

 

que não vá explodir entre os nossos dedos."

 

O meu filho senta-se à beira da minha cama

 

e pede-me que recite um poema

 

Uma lágrima cai dos meus olhos para a almofada.

 

O meu filho apanha-a, surpreendido, dizendo:

 

"Mas esta é uma lágrima, pai, não é um poema!"

 

E eu digo-lhe:

 

"Quando cresceres, meu filho,

 

e aprenderes o 'diwan' da poesia árabe

 

descobrirás que palavra e lágrima são gémeas

 

e que o poema árabe

 

não é mais do que uma lágrima chorada por dedos que escrevem."

 

O meu filho pega nos seus pincéis,

 

a caixa de pinturas à minha frente

 

e pede-me que lhe desenhe uma pátria.

 

O pincel treme nas minhas mãos

 

                                         e eu afundo-me, chorando.

 

 

publicado por opoderdapalavra às 23:56
15 de Junho de 2009

 

 

 

 

Sempre sonhei a chegada da noite

Sentir aquele sopro

O rosto que desnuda o horizonte

Os braços que acolhem os nossos pensamentos

O vento que nos conforta

Os sons que se apagam

O céu que adormece

Sentidos entorpecidos

Visões paralisadas

Escuridão que apaga a lâmpada do dia

Manto que cobre o tecto de nós

Estrelas que vem e conta-nos um caminho

Sempre quis ver noite

Senti-la no arrepio da pele

Sentir a saudade de um simples momento

Ela chega sempre com a pressa das horas

E sempre parte na apressada brisa do nosso tempo

Não consigo vê-la

Não sei a cor dos seus olhos

Quero ter o andamento de me apaixonar por ela

Quero ter o rumo de amá-la

Será apenas sonho

Aspiração simples do meu presente?

publicado por opoderdapalavra às 23:38
01 de Junho de 2009

 Vão a este blog, do meu livro "Senhores da Vida e da Morte", vale a pena.

http://senhoresdavidaemorte.blogspot.com/

publicado por opoderdapalavra às 02:06
Junho 2009
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
16
17
18
19
20
22
23
25
26
27
28
29
30
Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
Posts mais comentados
5 comentários
4 comentários
4 comentários
3 comentários
2 comentários
2 comentários
2 comentários
mais sobre mim
pesquisar neste blog
 
últ. comentários
José Hermano Saraiva costumava dizer que a pátria ...
Ao ler esse texto senti orgulho no peito, o mesmo ...
Encontrei o texto hoje...Uma pequena correcção, as...
Obrigado Isabel. Concordo consigo, os Amigos apena...
Carlos, bonita homenagem a um amigo. Que o Luís re...
O que mais me chama a atenção, neste...
A tua escrita acompanha o teu espírito. Amadurece ...
Grata, sorrisos :o)
Quente.Arrebatador.
Leitura muito agradável :)Convido a leitura do meu...
blogs SAPO