Amor.
Há uns dias atrás falei com um sábio. Questionei-o sobre as mudanças que o Amor pode provocar nas pessoas. Sobre a nossa capacidade de conseguirmos mudar o coração dos outros com o nosso Amor. Ele pausou, e apos alguns segundos de silencio perguntou-me o seguinte:
“ Quando entras num belo jardim, cheio de flores, de todas as cores feitios, e sabes que podes escolher apenas uma flor, qual é a que escolhes?”
Por momentos fiquei algo pensativo, mas depois respondi:
“ Escolho a mais bonita.”
“Olha, escolhes a mais bonita porque é a que achas que preenche o teu espírito, pois aprendes a gostar dela como é, bonita. Mas agora pergunto-te, porque não escolhes a mais feia?”
“Porque gosto da mais bonita. E a mas feia não a posso transformar na mais bonita.”
Ele sorriu e seguiu o seu caminho.
Amor.
“ Não caminhes atrás de mim que posso me esquecer de ti. Não caminhes por cima de mim, que posso cansar-me de ti. Não caminhes por baixo de mim, que posso magoar-te. Não caminhes à minha frente que posso não conseguir acompanhar-te. Caminha a meu lado, pois somos iguais.”
Amor.
“Caminhava distraidamente pela rua quando a viu: uma enorme e bonita montanha de ouro.
O sol incidia em cheio nela e, ao roçar a sua superfície, desprendia reflexos coloridos, que a faziam parecer um objecto de outra galáxia, saído de um filme de Steven Spielberg. Ficou parado durante uns instantes, a observa-la, como se estivesse hipnotizado.
- Terá dono?, pensou
Olhou para todos os lados, mas não viu ninguém à sua volta.
Por fim, aproximou-se e tocou-lhe. Estava quente.
Ao passar os dedos pela superfície, pareceu-lhe que a sua suavidade ao toque correspondia exactamente à sua luminosidade e beleza.
- Quero-a só para mim, pensou.
Com todo o cuidado, pegou nela e começou a caminhar com a montanha de ouro nos braços, rumo aos arredores da cidade.
Fascinado, entrou lentamente pelo bosque e dirigiu-se para uma clareira.
Ali, sob o sol da tarde, pousou-a com cuidado em cima da erva e sentou-se a contempla-la.
- É a primeira vez que tenho uma coisa valiosa só para mim. Uma coisa minha. Só minha! , pensaram, ele e a montanha, ao mesmo tempo.”
Afinal quem possuiu quem no Amor?
Amor.
Amor não se troca, dá-se, oferece-se com um sorriso.
Amor não se desdenha, fala-se com um olhar brilhante.
Amor não se procura, encontra-se como um tesouro.
Amor não se refuta, apenas se partilha.
Amor não é um troféu de ganhar e perder, é uma conquista de saber viver.
Amor não é os grandes momentos, é sim a simplicidade do momento.
Amor não é um orgulho, mas sim a humildade de um reconhecimento.
Amor não é o ciúme, mas sim a confiança do sentimento.
Amor não é uma posse, mas sim o respeito.
Amor não é o sofrimento da pergunta, mas sim a serenidade da resposta.
Amor não é o som constante das palavras, mas sim o breve silencio da ponderação.
Amor não é uma corrida, mas sim apenas um caminho.
Amor não é um sempre, mas só um presente.
Amor não é um monologo, mas sim um dialogo.
Amor não é a critica gratuita, mas sim a construção de opinião.
Amor não é separar, mas sim procurar entender.
Amor não é cobrar, mas sim ajudar.
Amor não é o medo de perder, mas sim a coragem da oportunidade de se sentir.
Amor é apenas Amor, o conjunto de tudo no todo de se ser livre, dando, oferecendo, independente do que se recebe. Amor é voar e sem ter medo de não ter asas!
Para alguém que ama, mas tem medo...