podes pensar, podes falar, mas tudo o que escrevas tem o poder de ficar.
29 de Março de 2009

Deixo-vos o texto do Bispo de Viseu, D.Ilídio, sobre as declarações do Papa. Destaco o que está a amarelo... e mais não digo.

 

 

 

 A viagem de Bento XVI a África

 

A propósito dos preservativos…

 

Causou algum escândalo a afirmação do Papa, várias vezes repetida como tese da Igreja, de que o preservativo não é a solução para o combate ao vírus da Sida. Que queriam que ele dissesse? Afirmando que sim, banalizava o valor, o sentido e a vivência da sexualidade, enquanto dimensão do ser humano, centro, símbolo e expressão das relações profundas da pessoa, a viver no amor, na fidelidade (confiança recíproca), na estabilidade e na responsabilidade.

O Papa, quando fala da Sida ou de outros aspectos da vida humana, não pode fazer doutrina para situações individuais e casos concretos. Neste caso, para relações entre uma pessoa infectada e outra que pode ser afectada com a doença. Nestes casos, quando a pessoa infectada não prescinde das relações e induz o(a) parceiro(a) (conhecedor ou não da doença) à relação, há obrigação moral de se prevenir e de não provocar a doença na outra pessoa. Aqui, o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório.

E não tenhamos medo ou reserva mental ou hipocrisia de admitir esta doutrina! Não usamos tantos “auxiliares” artificiais para promover a vida e defender a saúde? As intervenções cirúrgicas, os fármacos, as próteses e tantas outras técnicas ao serviço da pessoa, em situação de doença, não são formas de ‘preservar’, defender e promover a saúde?... Então, porquê esta afirmação do Papa a veicular uma doutrina e, precisamente, na viagem para África – o continente mais atingido por esta doença? Como doutrina, como ideal, como princípio de dignidade, defesa e promoção da vida humana, o Papa não pode dizer outra coisa. Como, também, deverá ser a deontologia do médico, praticando a medicina para promover e defender a vida em todas as circunstâncias possíveis, ainda que, para defender valores em conflito, possa pôr-se perante situações inevitáveis de morte…

Ainda bem que o Papa não cede a tentações de simpatia, facilitismo ou conveniência!... Esta é parte da sua cruz pascal (também da Igreja, dos Bispos, dos Sacerdotes, dos Cristãos) – ter valores e causas a defender para a realização integral da pessoa humana e gastar a vida por eles, ao serviço da dignidade e sentido da pessoa e da sua plenitude. Será falta de hábito e de cultura da exigência e da honestidade, numa sociedade tão relativa, tão mínima e tão pouca ambiciosa e coerente na defesa das pessoas e dos seus valores? Será tão fácil o escândalo farisaico de quem não sabe interpretar as diferenças entre valores e princípios gerais, por um lado e situações concretas e pessoais, por outro? Sim... Está aqui a grande diferença: a chamada “lei da gradualidade” explica que, existindo a lei geral a afirmar, a exigir e a promover valores, eles não esmagam a pessoa concreta, em situações muito individuais… Eles dão a mão com paciência, tolerância e compreensão para que a pessoa “situada” compreenda, aceite e queira caminhar, ao ritmo de um ideal libertador, defendido por uma lei orientadora. Acredita-se sempre no ideal que a pessoa é chamada a atingir, porque a dignifica e valoriza, ainda que demore algum tempo ou não chegue nunca a atingi-lo.

Este é o papel da formação personalizada e libertadora, dada individualmente ou em pequeno grupo, sempre como desafio à conversão e à vida digna e feliz. O legislador, como referência do ideal a amar e a seguir, não pode deixar de estar acima e ser exigente, apelando, com a sabedoria de mestre e, sobretudo, com o amor e a proximidade de pai, a um grande ideal, percorrendo um caminho juntos, indo até onde for possível. Sobretudo, nunca abandonando a pessoa.

A terminar: como são parciais e intencionais as apreciações da doutrina da Igreja veiculada pelo Papa para o Continente Africano e não só!...

O preservativo teria sido o tema mais importante – quase único? Mesmo a respeito do tema da Sida, foi a única coisa que o Papa disse?

E outros temas, como a pobreza, a fome, a justiça social (…) e os apelos a que os países ricos cumpram os seus compromissos a favor do desenvolvimento?... E a denúncia de que África não pode ser vista como o “reino do dinheiro”, explorando a sua riqueza e as suas matérias-primas, deixando este Continente entregue à sua insuficiência económica, industrial e financeiramente?... E os desafios, feitos aos jovens, convidando-os à coragem da aventura e a que não tenham medo das decisões definitivas, sabendo que a vida está dentro deles?... E os desafios entreabertos e a aprofundar, quando denomina a África como o “Continente da Esperança”?... E a coragem que o Papa manifesta, ao falar e abordar tantos temas incómodos?... E como entender a coragem e a capacidade de um homem, com quase 82 anos, que enfrenta situações desta natureza para ir falar, no lugar próprio, dos temas e das causas que defende e nos quais acredita, ainda que saiba que são incómodos para tantos?...

Ao serviço de quem estão tantos meios de comunicação social, tantos opinionmakers e tantos poderes instituídos, que mais parecem donos ou correias de transmissão de interesses económicos e políticos que dos direitos, liberdades e dignidade da pessoa humana, a começar pelas mais pobres e mais indefesas?...

Alguns perderam mesmo uma grande oportunidade de trazer para a reflexão dos “grandes” os grandes problemas dos “pequenos” que – infelizmente – continuam a não ter voz nem vez no actual (des)concerto das nações.

 

Ilídio, bispo de Viseu

publicado por opoderdapalavra às 18:17
25 de Março de 2009

 

 

 

Este lugar dá pelo nome de Portugal.

Um pais tem um nome pela sua identidade, como individuo único. Somos parte integrante desse nome. Somos parte responsável pela manutenção desse nome. Não podemos fugir dele. Um braço também não se ausenta das suas responsabilidades no corpo. Mas penso que este pais precisa de algo mais. A nossa sociedade tem vindo a revelar-se culturalmente fraca no sentido do estado de espírito, na procura pelo conhecimento, na vontade de acreditar, de mudar, de participar ativamente na construção de um pais de todos e para todos. Facto é que existe uma facção destrutiva nesta sociedade. A política. Não a verdadeira, mas a que é feita pelo jogo dos interesses, pela obscura maneira de criar elites, grupos de lobbies e acima de tudo, o aproveitamento e o abuso do poder. Não temos sido capazes de conseguir mudar, alterar o rumo da história, para que possamos ter direito à Verdadeira política, que existe em Portugal, apenas não tem ainda a expressão que merece. Mas esta falsa política é também o resultado da falta de cultura, de ideias, de responsabilidade de todos, e digo mesmo, de todos nós. Porque todos somos parte deste lugar. A nossa sociedade habituou-se à filosofia da preguiça de pensamento. Alguém pensa por nós, alguém toma as decisões por nós, alguém vai dizer-nos o que fazer, alguém vai-nos mostrar o caminho. Não queremos pensar, julgar construtivamente. Somos um povo critico, destrutivo no espírito, negativo na alma, depressivo nas atitudes. Mas somos o mesmo povo, a mesma história da árvore de Afonso Henriques. Então, onde está essa forma de actuar? Onde escondemos essa coragem de participar? Onde estão os valores acrescentados deste pais à beira mar plantado?

Faltam-nos princípios básicos de desenvolvimento mental: a confiança, a seriedade e a verdade. Os patrões à portuguesa acham que liderança é poder! Eu sou patrão, eu decido e tu fazes. Mas enquanto fazes eu vou espiar-te. Responsabilidade? Não, eu quero é lucro e não acredito em ti.

Os nossos governantes pensam que poder é nunca sair de lá.

Mas, sabem, somos nós que os colocamos lá. Somos nós que deixamos nas mãos daqueles que se sentam na Assembléia da Republica, as decisões sobre tudo o que se passa neste pais. Então, e agora? Temos ou não responsabilidades? Temos ou não responsabilidades na forma como os patrões vem a liderança? Sim, porque o exemplo vem de todos para todos, e se os governantes usam e abusam do poder, sem se preocuparem em liderar na realidade ( fazendo acreditar os seguidores que é possível chegarmos mais longe, melhor, mais fortes), então os patrões acham que a liderança é a falta de confiança, de seriedade, de verdade. E confunde-se na confiança fiscalização (termo que serve para regular) com perseguição ( termo que serve para controlar).

Outro aspecto tem a ver com o negativo. Estamos em crise. Desemprego. Falta de dinheiro. Má distribuição da riqueza. Pobreza. Violência. Mortes. Insegurança.

Pois, as noticias, os debates neste momento são sempre sobre o mesmo tema. A desgraça da crise! Sabem, a comunicação social é um tubarão que procura o sangue que melhor se adequar às necessidades de quem a vê. E pelos vistos as pessoas gostam mesmo é de ver a desgraça dos outros, a pobreza de espírito dos outros... é fácil ver no olho do outro o mosquito que incomoda o nosso. Pois, e não acontece apenas aos outros.

Mas podemos começar a inverter tudo isto. Como publiquei aqui há uns dias, o texto de Eduardo Prado Coelho, tudo começa em nós aceitarmos a nossa responsabilidade individual em tudo o que se está a passar. Depois na reflexão profunda sobre os factores que desencadearam e que são o motivo de tudo. Por fim escrever nas páginas da nossa memória, a lição. Será essa lição que nunca mais esqueceremos, que nunca mais vamos deixar de recordar, para assim nos tornarmos mais fortes, mais unidos, mais capazes. Tudo isto acreditando nas bases: CONFIANÇA, SERIEDADE, VERDADE!

E nunca esquecer do nome deste local... que é o nosso nome: PORTUGAL! Assim é que se faz uma revolução. Assim é que se evolui. Assim é que se acredita. Assim é que temos um povo, uma cultura, uma sociedade mais forte. E digo-vos, eu acredito que somos capazes, que vocês, eu, eles, todos, somos capazes.

Forte abraço.

 

Nota: Posso ser confundido com certos nacionalistas, baseados no extremismo nacional... mas não sou extremista nem radical. Eu gosto é desta terra, admiro-a, defendo-a como meu lar, admiro a nossa história, a nossa riqueza natural e humana. Respeito as ideias construtivas e abomino as destrutivas. Sou a favor da igualdade, do direito à humanidade, pelo respeito de todos e para todos os que queiram viver socialmente fortes e socialmente humanos. Defendo que esta terra é parte integrante de um Mundo em que não somos nada sem ele e ele não é nada sem nós...bem, se isto é ser nacionalista, eu sou, logo um cidadão do Mundo, mas acima de tudo sou um português de liberdade, mas da verdadeira... também não existe outra, acreditem.

 

publicado por opoderdapalavra às 23:07
18 de Março de 2009

 

Acabei de ler uma noticia que dá conta das palavras do Papa Bento XVI à partida para uma visita a África. Dizia que a distribuição de preservativos em África não é a solução para se combater a Sida. No avião que o leva de Roma para Yaoundé, nos Camarões, o chefe da Igreja Católica insistiu em que o problema da seropositividade "não se pode resolver com a distribuição de preservativos", pois que, "pelo contrário, isso só irá complicar a situação". Ele recomenda a abstinência como forma de combater a Sida em África.

É fácil adivinhar porque é que a Igreja Católica está a perder fieis, seguidores. A filosofia desta instituição de Credo está cravada por dogmas, por doutrinas que teimam em manterem-se incontestáveis com um único interesse: a prisão mental dos seguidores. Lembro-me em tempos que diziam-me, quando pequeno, que  “ se te portas mal vais para o inferno” e eu ficava a pensar o que seria esse inferno, algo mau por ventura, mas era apenas uma expressão deste dogmatismo absurdo : “ Se pecares espera-te o inferno”. Por isso é que a confissão é o maior exemplo de marketing da Igreja. Um Homem, igual a todos nós tem o poder de nos limpar de todos os pecados que fizemos e ficamos limpos na alma. E ele? Ele pega nos pecados e vai comer uma bela refeição às custas das esmolas e no dia seguinte vai defecar os pecados numa bela sanita de um qualquer casarão lá na aldeia. Com todo o respeito pelos seguidores desta Igreja ou qualquer outra, pois elas estão todas no mesmo patamar, e não querendo de forma alguma troçar de ninguém, mas penso que nos dias de hoje a responsabilidade civil é fundamental para o crescimento humano e social. E o Papa não o tem. Primeiro porque não pode querer que um acto, sexo, que é ancestral, até mesmo à existência de qualquer igreja, vá agora ser abolido por uma abstinência ou apenas a existência de sexo na procriação ou apenas após o casamento e sem grandes ideias pelo meio… em Segundo, o Papa vai para um continente onde existe um problema que é a fome, e ele, detentor de uma das maiores riquezas mundiais e históricas, ele que só veste marcas caras, ele que não abdica de tantas mordomias… vai ostensivamente visitar África… meus senhores e senhoras, isto não é responsabilidade cívica, isto é Hipocrisia cívica. E o preservativo, que até já salvou, quem sabe, tantos humanos é o que pode agravar a Sida?

Enfim, direi mesmo, este mundo não é sério por vezes… mas eu ainda acredito nele. E já agora, para esclarecer alguns, não sou ateu, nem católico, nem judeu, nem muçulmano, sou apenas o que sou… Humano! E é nisso que Acredito!

 

publicado por opoderdapalavra às 18:55
16 de Março de 2009

  

 

Os Senhores da Vida e da Morte - Edição Senhores da Vida

 

 

 

Os Senhores da Vida e da Morte - Edição Senhores da Morte

 

Edição MillBooks.

 

publicado por opoderdapalavra às 19:18

Os olhos perdem-se no espaço, no horizonte que contempla um lugar, daqueles que tem o poder mágico de nos enfeitiçar, levando-nos a um mundo transcendental, onde tudo parece coagir na perfeição dos sentidos. Ir até S.Pedro de Moel para mim é um desses momentos. As rochas, o som das ondas, os cheiros, a cor da areia, as gaivotas que teimam em fazer companhia. Um lugar mágico para momentos mágicos.

 

 

O sol por aqui é a perfeita das companhias. Quase ficamos cegos com a força do seu brilho. É poético deixarmo-nos estar, sendo aquecidos pelos raios que nos abraçam com tanta força, que temos de nos cuidar para não ficarmos rosados com tamanha força.

 

E quando a noite vai acordando, os corpos vão ficando adormecidos pela serena melodia que o horizonte vai cantando. O mar dança numa cumplicidade harmoniosa com o nosso olhar. Desenhamos pensamentos, riscamos palavras e arriscamos ideias. Mas a magia da tranquilidade fica dentro dos nossos corações... e por aqui vai ficar, até ao nosso regresso, que sempre pode ser quase no dia seguinte, quanto mais não seja pela memória... assim se fazem lugares mágicos!

 

publicado por opoderdapalavra às 00:48
11 de Março de 2009

 

publicado por opoderdapalavra às 23:49
10 de Março de 2009

 

50 anos.

50 anos sem liberdade.

50 anos sem direitos.

50 anos sem pátria.

50 anos sem reconhecimentos.

50 anos com torturas.

50 anos com medo.

50 anos com fugas.

50 anos com marginalizações.

50 anos com invasão.

50 anos com desrespeitos.

50 anos com sangue.

Quantos anos mais vão ser necessários?

Quantas vidas mais são necessárias serem desperdiçadas?

Quantos tiros mais terão de ser disparados?

Quantas mais consciências terão de ser mudadas?

Afinal, quando acaba a hipocrisia?

Afinal quando acaba esta prisão do Tibete?

Pela Libertação do Tibete!

 

“ Se o seu coração é absoluto e sincero, você naturalmente sente-se satisfeito e confiante, não tem nenhuma razão para sentir medo dos outros.”

S.S.Dalai Lama.

publicado por opoderdapalavra às 19:47
03 de Março de 2009

 Eduardo Prado Coelho, antes de morrer, deixou-nos esta reflexão que o retrato do nosso país.


A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como
Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que
foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está 
em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre
valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais
apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão
ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos
passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras
particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo
o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para
eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda
a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo
nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem
que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar
projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe
média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma
criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto
a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a
criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor
me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de
trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como
português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que
confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta
muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa
desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se
converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade
humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é
real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o
suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas
enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar
primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve
Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a
força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a
surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os
lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente
estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone
começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam
um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada
poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o
responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de
desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!"

EDUARDO PRADO COELHO  

publicado por opoderdapalavra às 20:51
02 de Março de 2009

 A fuga dele é porque o amas

Foges dele buscando-o dentro de ti

Quando o tens junto de ti e vês o seu olhar, escutas as palavras

Queres apaga-lo e emudecê-lo para sempre.

Quando te afastas dele e te encontras a sós contigo mesma

Vês o surgir do abismo tenebroso da tua consciência

São luzes tremulas que cintilam como duas estrelas gêmeas

Brilhos que se deitam na imensa noite do teu pensamento

Ouves o silêncio, ruído infinito dos teus receios

Rumores que dos teus longínquos e apagados aforismos

São teus olhos nessa imensa solidão,

Vazio de teu corpo no mundo ausente do teu sentimento.

São as tuas palavras depuradas pela nudez da tua boca

São os teus olhos purificados pelas ausência da distancia.

E eis que aqui estás, fugindo dele, porque o amas.

Ao retiro do isolamento de ti mesma.

publicado por opoderdapalavra às 19:37

 

NO LINE IN THE HORIZON   ( ***** muito bom)

 

publicado por opoderdapalavra às 19:21
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