podes pensar, podes falar, mas tudo o que escrevas tem o poder de ficar.
31 de Dezembro de 2008

 

 

2008 

A musica adormece,

As palavras escrevem o silencio,

Os pensamentos deitam-se no prado do descanso.

Apenas um segundo e o tempo torna-se vida,

Rio que explode do ventre de sua mãe.

Um segundo transforma-se no infinito,

Horizonte indeterminado pela beleza do tempo.

Num segundo apenas o céu é absorvido

Pelo canto do bater de asas,

Seres que inundam a verdade com a sua liberdade.

Um segundo e todas as barreiras,

Essas separações que ditam a distancia entre o passado e o futuro,

Tornam-se ultrapassáveis, demolidas pela força de 1 segundo.

Mas um segundo é apenas o oceano do momento,

O presente que é o todo do que se sente.

E já passou. Tudo num segundo, mas a vida numa fracção.

2009.

publicado por opoderdapalavra às 10:49
29 de Dezembro de 2008

 

 

Sou Mar.

Cresço pelas areias de uma costa partida.

Visito as escarpas ruídas.

Deito-me nas rochas perdidas.

Sou água imensa, corpo molhado, fundo ardente.

Sou casa infinita de espécies, criaturas que Deus abençoou.

Sou cores, corais e crostas altivas de uma história presente.

Sou alimento, fruto que o Homem sempre tem em mente.

Sou o dia refrescante e a noite diamante.

A lua abraça-me como uma amante

Beijamo-nos no horizonte, com o sol sempre atento.

Somos par das noites ausentes,

Bailamos pela musica das ondas que rebentam nos dedos da terra

Esse lugar cheio de perfumes e magias carentes.

Mas agora que estou doente

Tenho espinhos de rosas cravados em meu intimo

Sangro morte, vida que não existe, suspiro que adormeceu.

Tenho um leito negro, cheiro extenuado.

Tenho frio de existência, ausência da melodia confortante.

Tenho corpos semeados pela escuridão do falecimento.

Homem que inundo-me de lixo, líquidos e lágrimas corroídas pelo tempo.

Sou apenas o nada, o lugar onde já não existo.

Tenho a raiva no meu pensamento e a destruição no meu coração.

Quero gritar e soltar as ondas para que da terra apenas venha o mesmo sabor,

Aquele que habita em mim... o de saber que acabou, nada mais há para contar!

Serei capaz de perdoar? Serei eu, mar imenso, oceano ilimitado, capaz de perdoar?

O perdão é tão vago como a onda que de mim parte e em ti, terra, adormece.

 

publicado por opoderdapalavra às 00:48
27 de Dezembro de 2008

 

 

 

O Mar.

As ondas.

O vento.

A Terra.

O Céu.

O Sol.

Os olhos que vêem.

O grito que se escapa.

A corrida que se perde.

A vontade que acaba.

O sorriso que se fecha.

A lágrima que se derrama.

O corpo que cai.

A mão que se afoga.

A morte que veste.

A vida que se despe.

O sonho que adormece.

O pesadelo que acorda.

A casa que esmorece.

A cor que se apaga.

O sentimento que exclama.

Os sentidos que se espantam.

A ave que foge.

O peixe que chega.

 

Serei capaz?

A capacidade é um estado de aptidão que desconheço perante o negrume do dia. O dia que se tornou na noite eterna, levando de mim os olhos que amei. Foram segundos que procurei o abrigo, da elevada voz bradei ao Deus que o protegesse, filho que fugia pela corrente, caminho preenchido pelos espinhos da dor maldita. Porquê o mar, amigo dos nossos dias me levou o tesouro da minha vida? Porquê o Mar não sentiu a piedade de arrastar o que não vive, e devastou tudo aquilo que respira, tudo o que pode ser amado?

Olho a areia que escalda nos meus pés. É território maldito, sitio proibido. O medo é acolhido pela serenidade infernal das ondas que vagueiam pela imensidão das águas. Mas lanço flores. São pétalas da dor que desperta no meu ser, e que desloco nos dias, essas noites que nunca mais terminam. E tu Mar, um dia me trouxeste, outro me levaste, serei capaz de te perdoar?

 

publicado por opoderdapalavra às 00:24
22 de Dezembro de 2008

Ao todos os leitores do blog, um bom Natal e um bom ano de 2009.

 

publicado por opoderdapalavra às 23:32
02 de Dezembro de 2008


Marvão. Vila Única. Vila de Histórias e Histórica.

 

 

 

Quinta do Barrieiro. Lugar de Silêncios. Lugar de Refugio.

 

 

Escultura de Maria Leal Costa. Escultura de Beleza. A coragem de esculpir a Arte.

 

 

Quinta do Barrieiro. Marvão. Alentejo. Portugal. O Nosso Portugal.

 

 

Piano de Maria Leal Costa. A pianista da pedra. Com os dedos se faz a Obra.

publicado por opoderdapalavra às 19:49
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